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Gráfico mostra que passagem deveria custar R$ 1,35 se tivesse acompanhado a inflação, mas aumentou 134% a mais do que o índice
Se a tarifa do transporte coletivo em Joinville fosse reajustada de acordo com a inflação, a passagem deveria custar apenas R$ 1,35. Um estudo realizado pelo Partido Socialismo e Liberdade (Psol), no entanto, mostra que a tarifa aumentou 280%, enquanto a inflação acumulada do período foi de 146%. (dados do IBGE). Ou seja, a tarifa aumentou 134% a mais do que o índice.
Foram analisados dados desde 1996, quando a passagem custava R$ 0,60. Em 1997 já ocorreu um aumento acima da inflação. Desde então, a tarifa registrou um aumento de 280%. Se o reajuste fosse feito de acordo com índice, a passagem custaria por volta de R$ 1,35, cerca de R$ 0,95 a menos do que a atual (R$ 2,30). De acordo com a pesquisa de orçamentos familiares do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Santa Catarina é o estado em que as famílias mais gastam com transporte coletivo (cerca de 21% do orçamento doméstico). O alto preço da tarifa em Joinville contribui para que o estado tenha esse dado nada favorável.
Para o Psol, os empresários do setor não utilizam a inflação para justificar o aumento, considerando mais importantes o preço do diesel e outros insumos. O partido entende que este debate está desvirtuado. Se o índice mais básico que serve de data-base da imensa maioria dos trabalhadores é a inflação, logo, parte significativa dos salários acompanha esse índice. Se o transporte utiliza outros índices, ele passa a ser uma anomalia social, pois tem seu aumento completamente descolado dos salários. A tarifa, então, passa a ser impraticável, anti-social e expulsa usuários do transporte coletivo, como ocorre em Joinville. Portanto, ao desprezar esse índice, tanto empresas como o poder municipal, acabam por fomentar um transporte, antes de tudo, não público. Por isso, fazer o debate sobre o índice da inflação é uma orientação política: ou arranja-se soluções que atinjam as raízes do problema do transporte ou, no mínimo, garante-se aumentos que acompanhem a inflação.
É evidente que o PSOL pensa um transporte para além do atual modelo, que não seja privatizado e que não sirva de lucro a famílias tradicionais da cidade. Dessa forma, acompanha as manifestações políticas em torno desse tema e compõe a frente de luta pelo transporte com os movimentos sociais de Joinville. Neste momento, porém, é preciso mostrar que as atuais empresas são incapazes de praticar um preço de transporte minimamente acessível que, mesmo sem ser público, conseguisse abarcar uma boa gama de usuários. Ao contrário, permanecem na lógica de transformação do transporte em uma mercadoria cada vez mais cara e acessível a poucos, fazendo sua parte na construção do caos urbano.
Psol Joinville - 09 de abril de 2010
Se a tarifa do transporte coletivo em Joinville fosse reajustada de acordo com a inflação, a passagem deveria custar apenas R$ 1,35. Um estudo realizado pelo Partido Socialismo e Liberdade (Psol), no entanto, mostra que a tarifa aumentou 280%, enquanto a inflação acumulada do período foi de 146%. (dados do IBGE). Ou seja, a tarifa aumentou 134% a mais do que o índice.
Foram analisados dados desde 1996, quando a passagem custava R$ 0,60. Em 1997 já ocorreu um aumento acima da inflação. Desde então, a tarifa registrou um aumento de 280%. Se o reajuste fosse feito de acordo com índice, a passagem custaria por volta de R$ 1,35, cerca de R$ 0,95 a menos do que a atual (R$ 2,30). De acordo com a pesquisa de orçamentos familiares do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Santa Catarina é o estado em que as famílias mais gastam com transporte coletivo (cerca de 21% do orçamento doméstico). O alto preço da tarifa em Joinville contribui para que o estado tenha esse dado nada favorável.
Para o Psol, os empresários do setor não utilizam a inflação para justificar o aumento, considerando mais importantes o preço do diesel e outros insumos. O partido entende que este debate está desvirtuado. Se o índice mais básico que serve de data-base da imensa maioria dos trabalhadores é a inflação, logo, parte significativa dos salários acompanha esse índice. Se o transporte utiliza outros índices, ele passa a ser uma anomalia social, pois tem seu aumento completamente descolado dos salários. A tarifa, então, passa a ser impraticável, anti-social e expulsa usuários do transporte coletivo, como ocorre em Joinville. Portanto, ao desprezar esse índice, tanto empresas como o poder municipal, acabam por fomentar um transporte, antes de tudo, não público. Por isso, fazer o debate sobre o índice da inflação é uma orientação política: ou arranja-se soluções que atinjam as raízes do problema do transporte ou, no mínimo, garante-se aumentos que acompanhem a inflação.
É evidente que o PSOL pensa um transporte para além do atual modelo, que não seja privatizado e que não sirva de lucro a famílias tradicionais da cidade. Dessa forma, acompanha as manifestações políticas em torno desse tema e compõe a frente de luta pelo transporte com os movimentos sociais de Joinville. Neste momento, porém, é preciso mostrar que as atuais empresas são incapazes de praticar um preço de transporte minimamente acessível que, mesmo sem ser público, conseguisse abarcar uma boa gama de usuários. Ao contrário, permanecem na lógica de transformação do transporte em uma mercadoria cada vez mais cara e acessível a poucos, fazendo sua parte na construção do caos urbano.
Psol Joinville - 09 de abril de 2010
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