Podemos presenciar nos últimos dias uma forte “denúncia” por parte dos deputados(as) federais, senadores(as), canais de televisão entre outros, acerca da ocupação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST, na região de Capivari, interior de São Paulo, onde supostamente teriam destruído parte das plantações de laranja da propriedade.
A “propriedade” seria da empresa Cutrale, produtora mundial de suco de laranja. Vale lembrar e questionar o porquê não citam os homens e mulheres bem vestidos, em seus discursos acalorados de cima da tribuna do congresso nacional, nem nos jornais taxados de “neutros” que as terras ocupadas pelo MST foram griladas de pequenos agricultores e da própria União, que tal empresa carrega milhares de dividendos trabalhistas, processos ambientais, além de plantar laranjas transgênicas – tecnologia com alto teor de risco, com enormes efeito destrutivos sobre o meio ambiente e a vida humana.
Há quinze anos o MST, movimento de luta pela democratização das terras no país, vem ocupando os latifúndios da região de Capivari denunciando a falta de interesses dos governos e do Judiciário de realizar a Reforma Agrária em áreas que não respeitam as leis trabalhistas, ambientais como afirma a constituição brasileira. Estas devem ser desapropriadas para fins de Reforma Agrária. Mas, ninguém trata da inoperância e da lentidão da Reforma Agrária, política que resolveria os problemas de centenas de famílias que lutam por um pedaço de terra naquela região, e de outras milhares em todo o Brasil.
Que Estado Democrático de Direito é este? Que continua sendo mantenedor da propriedade, da concentração de terras e riquezas, de repressão, criminalização dos movimentos sociais e da pobreza. O MST continuará ocupando terras, sendo está à única maneira de enfrentar o falso Estado Democrático, assentado pelas elites reacionárias e conservadoras que historicamente excluíram milhares de homens e mulheres; negros, indígenas e colonos pobres do direito a terra.
Willian Luiz da Conceição é Acadêmico de História da Universidade da Região de Joinville – UNIVILLE, Presidente do PSOL – Joinville e Colaborador do Setor de Relação com a Sociedade do MST.
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