ARTIGO
O MST, por Willian Luiz da Conceição*
O movimento denominado como “Movimento dos sem-tolerância” em texto com o mesmo nome publicado no jornal “A Notícia” (8/7), nada mais é do que o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), o maior e mais bem organizado movimento social de reivindicação e da luta pela reforma agrária no mundo.
O que não trata o texto “Movimento dos Sem-tolerância” é que o MST ocupa propriedades improdutivas, que não respeitam as leis trabalhistas nem as ambientais. O MST ocupa terras que não cumprem sua função social, como afirma a Constituição brasileira nos artigos 184 e 186, terras que devem ser desapropriadas para fins da reforma agrária. Se os trabalhadores rurais sem terra ocupam essas terras é por que não se tem o interesse por parte das elites econômicas e políticas de resolver esse problema social histórico.
Trata-se da maior concentração fundiária do mundo, origem de toda concentração de riqueza de nosso País e base da miséria que assola o povo e provoca o êxodo rural, inchando as cidades. A única solução desse problema prevista pelos ricos e poderosos de nosso país é a utilização de todos os meios e mecanismos, até mesmo o Ministério Público/RS, para criminalização do MST, suas escolas de formação humana, acampamentos, assentamentos e cooperativas que vêm produzindo cada vez mais alimentos, como, por exemplo, a Terra Viva, de nosso Estado que muitos conhecem.
O objetivo da reforma agrária é recuperar a esperança e a dignidade de milhões de trabalhadores historicamente marginalizados, corrigindo a produção nacional de forma responsável e com o intuito de alimentar um povo, que todos os nutricionistas reconhecem não ter o que comer, nem saber como se deve comer, e assegurar terras para uma sempre maior população até agora sem alimento, sem teto, sem terra, além de instrumentos de trabalho próprios.
Convido todos a conhecerem os assentamentos do MST na região, suas atividades de formação humana, sua produção baseada na agroecologia e na pluricultura.
*Estudante de história da Univille, presidente do Partido Socialismo e Liberdade de Joinville (Psol) e colaborador do setor de relação com a sociedade do Movimento dos Sem-terra (MST)
Artigo em resposta ao texto Movimento dos sem-tolerância, publicado no AN de 08/07/2009.
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